O TERROR NO VENTRE

IMAGINÁRIOS DE MATERNIDADE EM SAMANTA SCHWEBLIN

Autores

  • Raquel Riera UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.55391/2676-0118.2023.2927

Palavras-chave:

Literatura fantástica., Samanta Schweblin., Literatura argentina., Maternidade.

Resumo

O presente artigo busca analisar a forma como elementos do gênero fantástico se manifestam na obra da autora argentina Samanta Schweblin a partir de sua predileção por fenômenos perturbadores que deslocam o que se concebe, idealmente, como a figura materna na cultura contemporânea. Para isso, foram selecionados três contos da autora ‒ Adaliana, Conservas e Na estepe. Com este estudo, procura-se tanto discutir referências teóricas acerca do fantástico contemporâneo, de modo a evidenciar a profunda relação dessa vertente do gênero com o que é culturalmente aceito por uma sociedade, quanto chegar a conclusões acerca da relevância de literaturas que privilegiam existências femininas tipicamente marginalizadas.

 

Política de acesso aberto padrão Diamante (Diamond Road Open Access).

Referências

ASTORINO, J.; SAPOROSI, L.; ZICAVO, E. Un análisis sociocultural sobre la maternidad y el aborto en la literatura argentina reciente. Perífrasis, v. 8, n. 15, Buenos Aires, 2017, p. 44-57.

BADINTER, E. O conflito: A mulher e a mãe. Rio de Janeiro: Record, 2011.

CERON, L. C. Um mundo perturbador e violento: Uma leitura dos contos de Samanta Schweblin. Dissertação (Mestrado em Teoria Literária). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.

CORTÁZAR, J. Alguns aspectos do conto. In: _____. Valise de Cronópio. São Paulo: Perspectiva, 2006, p. 147-163.

CUIÑAS, A. G. Feminismo y literatura (argentina) mundial: Selva Almada, Mariana Enríquez y Samanta Schweblin. In: GUERRERO, G.; LOCANE, J.; LOY, B.; MÜLLER, G. (Ed.). Literatura latinoamericana mundial: Dispositivos y disidencias. Berlin: De Gruyter, 2020, p. 71-97.

DOMÍNGUEZ, S. La monstruosidade en el orden de géneros: Samanta Schweblin y la subversión del discurso dominante. Prácticas de oficio, v. 1, n. 24, Los Polverines, 2020, p. 5-20.

LEANDRO, M. E. Transformações da família na história do Ocidente. Theologica, v. 41, n. 1, Lisboa, 2006, p. 51-74.

LIPOVETSKY, G. A terceira mulher: Permanência e revolução do feminino. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

GARCIA, F. “Na estepe”, de Samanta Schweblin: Um exemplo de fantástico contemporâneo, na sequência do cânone consagrado por Cortázar. Alea, v. 18, n. 1, Rio de Janeiro, 2016, p. 65-80.

PALACIOS, A. O mundo perturbador e contundente de Samanta Schweblin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 5 abr. 2012.

ROAS, D. Dr. Jekyll y el señor Hyde: Dos formas de acercarse a lo fantástico. Lejana: Revista crítica de narrativa breve, n. 15, Budapeste, 2022, p. 97-102.

_____. A ameaça do fantástico: Aproximações teóricas. São Paulo: Unesp, 2013.

ROCHA, C. C. Divisão sexual do trabalho e força de trabalho da mulher no capitalismo. Anais do XVI Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço Social, Vitória, 2018.

RUBINO, A. R.; SÁNCHEZ, S. La familia y los monstruos de la heteronormtividad: La “futuridad reproductiva” en la narrativa fantástica de Samanta Schweblin. Brumal: Revista de la investigación sobre lo fantástico, v. 9, n. 2, Barcelona, 2021, p. 107-127.

SAMPAIO, M. B. Política do medo e nova narrativa argentina: Um estudo sobre o romance Distancia de rescate, de Samanta Schweblin. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras). Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2021.

SCHWEBLIN, S. El núcleo del disturbio. Barcelona: Destino Ediciones, 2002.

_____. Pássaros na boca. São Paulo: Benvirá, 2012.

_____. Distância de resgate. Rio de Janeiro; São Paulo: Record, 2016.

SPITZ, R. O primeiro ano de vida. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

TEDESCHI, L. A. História das mulheres e as representações do feminino. Campinas: Curt Nimuendajú, 2008.

TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975.

WINNICOTT, D. Os bebês e suas mães. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

Downloads

Publicado

2023-07-06

Edição

Seção

Literatura fantástica e realidade